É Argentino e vou chamá-lo de Pablo pois esqueci-me de lhe perguntar o nome.
Apanhei-o na 5a paragem da sua viagem pela Europa que, por coincidência (vide a referência nas minhas costelas esquerdas) começou em Lisboa.
É jovem de corpo, tendência que dificilmente a sua alma acompanha. Nutre uma paixão global pela música na medida Associacionista da questão, como conjunto de elementos, sons. É uma pessoa que se presta a umas pancadas com os nós dos dedos na mesa de madeira em plena conversa comigo... expressa-se melhor assim e eu entendo-o melhor também.
Mantém-me feliz saber que alimentou os seus horizontes musicais na nossa cidade Mãe que, aliás, mantém como referência máxima até agora.
Ontem reparei no Laptop da irmã, aberto num programa que reconheço dos meus 16 anos de idade. Por ocasião de uma gravação musical minha em "estúdio" improvisado por hora do dia dos namorados.
No display havia apenas uma faixa que se ouvia tão repetitivamente quanto a música que passava em loop nos meus phones. O tipo de loop que só se vê quando se tenta aprender minuciosamente o que se ouve, ou se ouve minuciosamente o que se tenta aperfeiçoar em gravação.
Viria a saber esta manhã, sem que tivesse perguntado, que fizeram os dois um investimento num par de Microfones e fizeram de seu projecto Europeu conseguir gravações de todos os Street Performers que se apresentem à altura da inspiração, essa fugidia que se encontra em todo o lado.
"Música de excelente qualidade e gratuita!" - Acrescenta.
Tem razão e tão pouco me ocorre a necessidade de justificação.
Apertamos a mão e afasto-me. Levo comigo uma secreta vontade de ser surpreendido um qualquer dia, num qualquer lado, por um sujeito de alma inquieta e corpo jovem.
E um par de Microfones.
Abreijos