quarta-feira, 5 de junho de 2013

Viva la música!


É Argentino e vou chamá-lo de Pablo pois esqueci-me de lhe perguntar o nome. 

Apanhei-o na 5a paragem da sua viagem pela Europa que, por coincidência (vide a referência nas minhas costelas esquerdas) começou em Lisboa.

É jovem de corpo, tendência que dificilmente a sua alma acompanha. Nutre uma paixão global pela música na medida Associacionista da questão, como conjunto de elementos, sons. É uma pessoa que se presta a umas  pancadas com os nós dos dedos na mesa de madeira em plena conversa comigo... expressa-se melhor assim e eu entendo-o melhor também.

Mantém-me feliz saber que alimentou os seus horizontes musicais na nossa cidade Mãe que, aliás, mantém como referência máxima até agora.

Ontem reparei no Laptop da irmã, aberto num programa que reconheço dos meus 16 anos de idade. Por ocasião de uma gravação musical minha em "estúdio" improvisado  por hora do dia dos namorados.

No display havia apenas uma faixa que se ouvia tão repetitivamente quanto a música que passava em loop nos meus phones. O tipo de loop que só se vê quando se tenta aprender minuciosamente o que se ouve, ou se ouve minuciosamente o que se tenta aperfeiçoar em gravação.

Viria a saber esta manhã, sem que tivesse perguntado, que fizeram os dois um investimento num par de Microfones e fizeram de seu projecto Europeu conseguir gravações de todos os Street Performers que se apresentem à altura da inspiração, essa fugidia que se encontra em todo o lado.

"Música de excelente qualidade e gratuita!" - Acrescenta. 

Tem razão e tão pouco me ocorre a necessidade de justificação. 

Apertamos a mão e afasto-me. Levo comigo uma secreta vontade de ser surpreendido um qualquer dia, num qualquer lado, por um sujeito de alma inquieta e corpo jovem. 

E um par de Microfones.

Abreijos


Vacaciones!


Férias.... 

Têm um sabor esquisito...sabem bem pelo descanso mas encontro-me em momentos brancos e com nada para os preencher... falta-me a gente, os contactos e os laços que têm tanto de curtos como de intensos.

Não vou fazer escrita lírica do meu género e dizer que fiz amigos para toda a vida, ela própria ensinou-me a não julgar sobre as pessoas. São uma raça estranha e têm a tendência de nos surpreender. Nem sempre pela positiva. 

Posso afirmar com certeza que fiz memórias. Essas sim acompanham-me e fazem-me falta. Percebo agora a intensidade da saudade que colegas sentiam quando iam de férias. Era o que se via de mais comum, ter alguém que afirmava a plenos pulmões não voltar para o navio e engolir o que havia dito apenas um mês depois. Percebo... 

Mas ainda não cheguei a metade das minhas férias ( quase) ... e receio estar certo quando digo que a melhor metade ainda está por vir. E por isso, escrevo-vos agora de Barcelona. Férias sim... ( apanhei-as baratas). 

Alargo os meus horizontes de tudo, mas principalmente musicais... Abraço a cidade que tão pouco sente a diferença...tamanha é a gente que partilha este sentimento. Iludo-me e desiludo-me com os Turistic points... 

A luna essa anda não saiu do Hostel.. tenho-a apanhado com mais vergonha do que pensei de início...

Sei que falta um texto em jeito de conclusão deste primeiro contrato... mas o sentimento é tão pessoal que tenho tido dificuldade em expressá-lo por palavras que não se gravem a fogo no meu coração. 

E por isso... fica para depois. 

Abreijos.