sexta-feira, 19 de julho de 2013

Flight TP1066


Os ombros pesam. 

Por mais que tente reduzir o peso da mala por cada vez que a faça, teimo em substitutir ( e não remover apenas) os items ( e o peso) que minutos antes julguei serem desnecessários.

- 23Kg certos! - Exclama a Sra da Tap.
-Tras mais alguma mala?

-Bem, assumindo que a guitarra possa ir comigo, não.

Olha meio de lado para a caixa da Luna que montava guarda à minha esquerda.
-Pode seguir - conclui nem convencida nem convincente.

Temo o dia em que  aminha companhia de viagens seja obrigada a viajar no porão. 

Trato de preencher o buraco que já se alojava no estômago e que tentara ignorar até então. Encontro daquelas sandwiches impossíveis de encontrar em qualquer lado que não num aeroporto: demasido pequenas e demasiado caras. Esta em específico conseguia reunir entre as duas fatia de pão um bife de frango, cebola caramelizada e queijo creme Philadelfia. 

50 minutos para a hora de embarque, sentado e com a sandes ao alcance da mão. Perfeito para mais um par de capítulos do livro que trouxe e que deixei cuidadosamente na camada superior da mala........... que acababei de despaxar no check in!!!

RAIOS!!!

Ora bem, livros em promoção... Paulo coelho, O Diário de um Mago, 8€. Suspiro e tiro o cartão do bolso.
Um quinto do livro depois e sempre de Luna na mão, chego à porta de embarque N.º23. Apinhada de gente, mais de regresso do que de partida para Barcelona.
Não sendo nenhum especialista em Aeroportos mas dá-me a parecer que pela hora de embarque deveria ser capaz de avistar uma aeronave no exterior, na outra ponta da manga que liga a porta de embarque ao lado de fora.
Boa.... vai atrasar.

E ao que parece áquela hora fui o único tirar essa conclusão da cartola da paciência, julgando pelos bufos crescentes e pequenas reclamações entre-dentes que se iam amontoando ao passar dos minutos.

Eis que tudo cessa. Tudo silencia e tudo olha para o canto mais oeste da sala de embarque dedicada ao nosso voo. Ouvia-se um barulho de água abundante em rota de colisão com o chão de pedra polida e fria.

Ou haviam rebentado as águas a alguém ou ............ pois....... pelo cheiro a azedo parece que só vomitou.... 

A viagem promete...

1 comentários:

Rhea disse...

"Ouvia-se um barulho de água abundante em rota de colisão com o chão de pedra polida e fria." Tu consegues colocar poesia nas coisas mais terríveis como o vómito de uma criança. Priceless :p*

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