O navio onde me encontro embarcado tem 6 bares, 4 restaurantes, piscina, 5 jacuzzis, um putt com 8 buracos e uma zona de swing. ( Golf entenda-se).
No entanto, a atracção principal, especialmente em cruzeiros tão cénicos quanto este, é o observation bar.
Trata-se de um bar no 10º deck, parcialmente coberto a vidro e estrategicamente colocado na proa.
Alberga eventos como o tea time e o cocktail hour, especialidades pré-jantar, todas com a mesma atracção. 180º de vista sobre os fjordes Noruegueses, uma dezena ou duas de graus a mais na varanda exterior.
Oferece um tipo e qualidade de serviço difíceis de atingir noutros bares. Tanto pela exigência do bartender como pela disposição circular da sala.
Tudo isto perdeu significância em Troll Fjord.
Troll Fjord é um beco. Sem tirar nem pôr. É uma das extremidades do Fjord original e não oferece saída ou escapatória. Ainda assim conseguiu concentrar quase a totalidade dos passageiros neste pequeno e (antes) sossegado bar.
O poder deste ponto no mapa é ser, possivelmente, o beco mais bonito do mundo.
Bonito ao ponto de não vo-lo querer descrever. Há uma semana e meia que tento encontrar palavras, sem sucesso. Merece por tudo neste munto ser mencionado, mas qualquer descrição seria desonrosa.
Só é possível entrar e consequentemente inverter marcha em Troll Fjord atravessando um estreito que não faz senão justiça ao nome. Quando digo estreito, digo que havia rocha visível acima da linha de água, a 10 metros de cada lado da quilha do navio. Somos o maior navio do mundo a ter o privilégio de atravessar o estreito.
Apertado o suficiente para uma explosão de aplausos ao comandante.
Único o suficiente para que todos tenhamos parado de trabalhar para apreciar o momento.
Bonito o suficiente para que tenha vertido uma lágrima.
Muito vosso,
Abreijos.