Não foi uma vontade enorme. Não foi
um impulso premente ou alguma luz que alumiou a vontade.
Foi antes a moínha. Aquela jeito nas
costas, ou o dente que irrita sem doer... foi mais isso que me fez
voltar aqui.
A minha ausência, como quase todas as
anteriores, foi o melhor que me poderia ter acontecido. É nesses
momentos que em regra sou mais produtivo. São esses os períodos de
transformação.
É nesse tempo em silêncio público
que transmuto e revolto o que dentro me mim está, para o que dentro
de vós me quiser receber.
Pensei também, nesta espécie de vale,
em encerrar este espaço.
E não o faço porque me assumo pela
primeira vez nesta plataforma, Egoísta. O término deste espaço não
alteraria a vida de ninguém. Teria um impacto surpreso num ou outro
coração mais atento que por aqui tenta saber de mim, e ainda assim
já pensando na fasquia de cima.
Mas fazer-me-ia infeliz.
E hoje, no alto da minha curta e
suculenta vida, preocupo-me com isso. Na minha felicidade encontro a
melhor forma de me relacionar com o mundo e no raio que os meus
braços permitirem, torná-lo melhor.
E assim, sem nada de grande para
escrever, sem especial estado de Graça ou mensagem, volto a vós.
Porque viagens não são apenas as que ajudam à soma de milhas.
"uma pessoa deverá ser egoísta
até ao ponto de se esquecer de si"- Agostinho da Silva