domingo, 31 de agosto de 2014

Dublin


Caros Leitores: Obrigado aos três. 

Planeei este texto uma dúzia de vezes. 
Preocupa-me a imagem que têm de mim e a vossa assiduidade neste blog. 

Por esse motivo não vos quero descrever a minha estadia em Dublin. Posso adjectivá-la como divertida e nefasta. 

Salva-se um momento no entanto, que para além da realização de um sonho conturbado, foi o meu momento alto da noite. 

Agradecimentos ao Sr Alcool, ao Josh na voz, e ao Juan Carlos, que tinha conhecido há 30 segundos e que foi simpático o suficiente para abdicar do seu lugar nas ruas de Dublin, da sua guitarra desafinada e com 5 cordas apenas para que esta pérola se tenha criado.


Thanks Josh

domingo, 24 de agosto de 2014

Paamiut e Iulissat - Cancelados.


Os dias a bordo de qualquer cruzeiro são divididos em duas categorias: Sea days e Port days. 

Os segundos apresentam-se naturalmente mais descontraídos. Não apenas pela possibilidade de sair um pouco e visitar algo que não tenhamos visto antes, mas também, na eventualidade de sermos obrigados a ficar a bordo, por o trabalho ser forçosamente menos pesado. Existem menos passageiros para servir. As tarefas recaem mais em serviços de backstage, limpezas, inventários, polimentos etc. 

É por isso naturalmente frustrante quando um porto é cancelado, como foi o caso dos dois últimos: Paamiut e Iulissat. Sendo que estes eram antecedidos e espaçados de um Sea day, significa que temos 4 sea days seguidos, o que nos deixa a todos insatisfeitos. 

É visível uma alterção em ambas as partes: passageiros e tripulação. OS passageiros notam-se mais exigentes e picuínhas ( não encontro expressão melhor), alguns embebedam-se mais que o costume, alguns tornam-se simplesmente maçadores como que por vontade de aliviar o seu aborrecimento por osmose. 

Na tripulação os tons da aguarela mudam um pouco. A diferença deste lado nota-se pela impaciência geral, stress, resmunguice e em caso último na explosão de uma ou outra discussão que com tantos factores pode tomar proporções indesejadas. 

A idade média da tripulação é um factor também a ponderar. A companhia alimenta-se de tripulação por norma jovem e mais perita em obedecer a ordens de forma rápida, do que a pensar realmente no que faz. Alguns de nós estavam mesmo escondidos atrás de um calhau quando Deus nosso senhor distribuíu a paciência ao mundo.



Eu tive a sorte de estar nas primeiras filas. 

Abreijos. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ikerssuaq







O estreito de Ikerssuaq separa a Gronelândia continental de Sagmissoq ( a ilha do Príncipe Christian). Conecta o Mar Labrador com o mar Irmingher, mede cerca de 100km e chega a não ter mais de 500m de largura. Existe apenas um pópulo de povoação ao longo do estreito, Aappilattoq. Quase invisível de tão pequeno.

Nos passos dos Vikings de há mais de mil anos, transitam navios por este pedaço de mar, não mais que 3 meses por ano. Altura única e aproximada em que é metereologicamente possível atravessar. Evitam-se nessa janela de tempo as correntes ínfames e características dos cabos sul da Gronelândia.  

Queria acrescentar-vos também que na minha pesquisa por informação tentei encontrar-vos no google uma fotografia característica... mas a que tirei com o meu telemóvel, que vêm acima, continua a ser a melhor das poucas que vi. É um caminho gracejado por aves curiosas e icebergs, os segundos em maior proporção. 


Fortuna nórdica, mas de passagem. 

Abreijos

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Iceland - Blue Lagoon



Dizem as estatísticas que o povo Islandês é o mais feliz com a vida que leva. Se este estudo tivesse ocorrido em Portugal, diria facilmente que se devia provavelmente ao clima, proximidade da natureza, no seu auge campestre e marítimo, dieta mediterrânica, gente bonita. 


Por estas latitudes, devem misturar qualquer coisa na água canalizada... 

À parte do esforço insular que possa existir, eventualmente o fumentar de um espírito comunitário, não vejo razão aparente para que a estatística se confirme. Saio daqui com uma noção geral de que decidimos ocupar este calhau vulcânico cedo demais. Nada, mas absolutamente nada aqui é fonte de vida. À excepção de fontes termais, tudo quanto se avista é rocha vulcânica. E a única fonte de verde é o musgo que a cobre. 

As fontes termais são tornadas em atracções turísticas e spa's, sendo que a mais conhecida é a Lagoa Azul - Blue Lagoon.

Nas fotos que vos deixo, nada foi alterado na coloração. A cor da água deve-se ao alto teor em sílica, que publicitam ser bom para a pele ( nem poderiam fazer de outra forma). 

Fica também uma informação retirada de um guia turístico que encontrei na porta do táxi. Segundo esse pequeno ( e antigo) livrete, a Lagoa Azul consta das 25 maravilhas naturais do mundo, segundo a revista National Geographic.





Ainda assim não percebo por que raio serão felizes a esse ponto...

Abreijos

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

I AM STERDAM



  • Amiga em Asterdam; 
  • 20 minutos a pé do navio; 
  • O Google safou-me; 
  • Central Station; 
  • Spuistraat, 41;
  • Senhoras despidas em janelas de fundo vermelho; 
  • Vinho Portugês; 
  • Brownies da Maks and Spencers; 
  • Blue Moon Bar; 
  • Encontrar dinheiro no chão; 
  • Encontrar crew members por acaso; 
  • Rembrandt Square; 
  • De Kroon fechado; 
  • Nem morto entro no nasty club; 
  • Alternativas; 
  • Jazz Bar Underground; 
  • Era feliz a trabalhar aqui; 
  • Hamburguers rascos; 
  • Encontrar dinheiro no chão; 
  • Volta pelos canais; 
  • Visita à primeira bicicleta da Bruna que continua no mesmo sítio onde foi abandonada há meses. 
  • Dormida fora do navio em batalhas constantes com a gata da Bruna; 
  • Alergia; 
  • A melhor Overnight de sempre; 
  • Não paguei um copo; 
  • Drugs Free!!!









Achei que tinha sido uma noite demasiado longa para conseguir descrever todos os pormenores aos quais achei piada. Sei que podia viver aqui e que me vou com vontade de voltar. 

Obrigado Bruna, 
Abreijos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Até Depois e Monte Velho


Foi na porta de embarque que consegui fazer a conexão. Existem duas características que ligam os Portugueses aos habitantes da Dinamarca. A paixão pelo sol e a incompatibilidade renitente à paciência. 

O voo espera-se cheio. Sobrelotado até, se nos dermos ao trabalho de contar cabeças. Atrasado também. Coisa de 15 minutos. Nada que uma ligeira correcção do regime de potência não recupere num vôo de 3:15h.

O reclame ainda não tinha sido feito em inglês e já todos se ocupavam por encavalitar uma desajeitada fila, pouco ou nada ordeira de massa humana. 

Desnecessário dizer que os apontamentos na mensagem que se referiam aos passageiros prestigoe/gold/corporate e o posterior embarque por filas, se tornaram perfeitamente inúteis. 

Estou sentado no chão, onde estava há 20 minutos atrás, altura em que soava a mensagem. Continuo a pensar que não há nada inteligente em esperar numa fila, todo esse tempo, de pé, pela nossa vez de picar bilhete. Não quando o lugar está garantido, pago e marcado...

Por enquanto vou-me distraíndo dos olhares incompreensivos que caem sobre mim. Penso que volto em 2 meses, no quão intensos e surreais foram as últimas duas noites e no Monte Velho que a Tap ainda se presta a servir a bordo. 

Um até depois apropriado... 
Abreijos

Aos Meus



Serve esta publicação para vos pedir desculpa. 

Por hora desta leitura alguns de vós já sabem da minha passagem breve por Portugal. Lamento não ter estado convosco. 

Não aconteceu por falta de vontade ou por prioridades na distribuição da minha atenção ou Amor. 

A minha passagem foi meramente obrigatória e de carácter urgente. Daí, relacionei-me com quem tinha, por um ou outro motivo, de estar. E maioritariamente pela conveniência que o assunto requeria.

Voltarei em breve. Espero que por mais tempo, por motivos menos dispendiosos e à falta de um eufemismo melhor, ridículos. 

Muito vosso, 
Abreijos