Os dias a bordo de qualquer cruzeiro são divididos em duas categorias: Sea days e Port days.
Os segundos apresentam-se naturalmente mais descontraídos. Não apenas pela possibilidade de sair um pouco e visitar algo que não tenhamos visto antes, mas também, na eventualidade de sermos obrigados a ficar a bordo, por o trabalho ser forçosamente menos pesado. Existem menos passageiros para servir. As tarefas recaem mais em serviços de backstage, limpezas, inventários, polimentos etc.
É por isso naturalmente frustrante quando um porto é cancelado, como foi o caso dos dois últimos: Paamiut e Iulissat. Sendo que estes eram antecedidos e espaçados de um Sea day, significa que temos 4 sea days seguidos, o que nos deixa a todos insatisfeitos.
É visível uma alterção em ambas as partes: passageiros e tripulação. OS passageiros notam-se mais exigentes e picuínhas ( não encontro expressão melhor), alguns embebedam-se mais que o costume, alguns tornam-se simplesmente maçadores como que por vontade de aliviar o seu aborrecimento por osmose.
Na tripulação os tons da aguarela mudam um pouco. A diferença deste lado nota-se pela impaciência geral, stress, resmunguice e em caso último na explosão de uma ou outra discussão que com tantos factores pode tomar proporções indesejadas.
A idade média da tripulação é um factor também a ponderar. A companhia alimenta-se de tripulação por norma jovem e mais perita em obedecer a ordens de forma rápida, do que a pensar realmente no que faz. Alguns de nós estavam mesmo escondidos atrás de um calhau quando Deus nosso senhor distribuíu a paciência ao mundo.
Eu tive a sorte de estar nas primeiras filas.
Abreijos.

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